O líder parlamentar do PCP não se identificou com nenhum dos discursos proferidos nas cerimónias oficiais do 25 de Abril e argumentou que o rumo do país passa necessariamente por uma «alternativa» e «ruptura» saída das eleições. Já o BE critica apelo do Presidente a acordo em torno da assistência financeira
O líder parlamentar comunista falava aos jornalistas após a cerimónia oficial comemorativa do 25 de Abril, no Palácio de Belém, em Lisboa, em que intervieram além do Presidente, Cavaco Silva, os antigos chefes de Estado Jorge Sampaio, Mário Soares e Ramalho Eanes.
«Deve ser o povo português nas próximas eleições a decidir qual é o rumo do país e isso faz-se, do nosso ponto de vista, lutando por uma alternativa, por uma ruptura, e não pela continuidade da mesma política, que é o que tem desgraçado o país», afirmou Bernardino Soares.
Questionado sobre se, à semelhança do líder parlamentar do BE e do líder da central sindical CGTP-IN, também se tinha identificado mais com o discurso de Jorge Sampaio, Bernardino Soares respondeu não se ter identificado «em particular com nenhum destes discursos».
Sobre o apelo do Presidente, Cavaco Silva, a uma menor crispação, o líder parlamentar do PCP afirmou que «a maior parte da agressividade é entre os partidos que defendem no fundamental a mesma política, porque não é preciso agressividade para defender políticas diferentes».
Por seu turno, o líder parlamentar do BE, José Manuel Pureza, considerou que o fundamental do discurso do Presidente da República foi o apelo ao entendimento em torno da assistência financeira, solução que os bloquistas criticam.
Só o discurso do ex-Chefe de Estado Jorge Sampaio mereceu do Bloco considerações positivas, à semelhança da análise feita pelo líder da central sindical CGTP-IN, Carvalho da Silva.
«Do discurso do Presidente da República ressalta, acima de tudo, o facto de ele ter instado os partidos a aliarem-se em torno do acordo que venha a ser feito com a 'troika'. Quer-nos parecer que isso, de alguma maneira, menorizou tudo mais», afirmou José Manuel Pureza, referindo a «posição crítica» do BE face a esse acordo.