O Sindicato Nacional do Ensino Superior diz que o corpo docente das universidades públicas está a ser «esvaziado». A solução é a contratação de bolseiros e de investigadores em condições precárias.
Quase 400 professores do Ensino Superior público reformaram-se nos últimos dois anos e só 46 docentes entraram para os quadros das universidades.
O alerta foi dado pelo Sindicato Nacional do Ensino Superior que, perante o cenário do corpo docente das universidades públicas estar a ser «esvaziado», explicou que existe apenas uma entrada por cada oito aposentações nos últimos dois anos, embora aumentem os alunos.
O presidente do sindicato, António Vicente, denuncia ainda a forma precária como os professores antigos estão a ser substituídos.
«O recurso ao trabalho de bolseiros e de investigadores é uma das formas de assegurar esse trabalho que tem sido feito à custa das condições de precariedade destas pessoas». Esta situação, diz, «não abona a favor de um ensino superior de qualidade e com garantias».
O Sindicato Nacional do Ensino Superior sustenta que existe uma grande pressão para que não se abram novos lugares e concursos nas universidades públicas, apesar do seu estatuto de autonomia.
A organização analisou os dados da Caixa Geral de Aposentações e os editais dos concursos para as universidades públicas entre Janeiro de 2009 e Janeiro de 2011.