Em declarações à TSF, o antigo ministro socialista considera que Portugal vai confrontar-se de novo com a falta de competitividade da economia nacional.
João Cravinho entende a ajuda externa que vai ser atribuída a Portugal está a tratar apenas dos sintomas e não das raízes que fizeram nascer a crise financeira portuguesa.
Em declarações à TSF, o antigo ministro socialista considera que o processo em curso tem na redução do défice o único propósito, não estando a ser abordadas as reais dificuldades do pais.
«Esta ideia de comprimir o défice como um cilindro compressor em cima, sem perceber que o problema fundamental do país não é a gravidade das finanças públicas. É sim, a falta de capacidade empresarial e competitiva que acrescente valor e não seja feita à base de salários baixos», explicou.
O actual administrador do Banco Europeu de Investimento diz que «os portugueses já perceberam que vão ter de mudar de vida».
O socialista caracteriza a crise que Portugal atravessa, como se alguém estivesse «num campo cheio de ervas daninhas».
«Ceifa a erva e deixa as raízes enterradas profundamente. Na Primavera seguinte, aparece de novo a erva daninha, mais forte e vivaz», concluiu.