O "sim" da Finlândia ao programa de ajuda a Portugal está cada vez mais complicado. A intenção do primeiro-ministro indigitado esbarra nos regulamentos do parlamento finlandês.
A intenção do próximo primeiro-ministro, Jyrki Katainen, em tentar obter o avale do Parlamento, antes da formação do Governo e apenas pela comissão de assuntos gerais, parece agora ter caído por terra.
O líder da comissão de assuntos gerais afirma hoje que os regulamentos do Parlamento impedem as comissões parlamentares de apreciarem propostas que não sejam submetidas por governos formados.
Ora, a Finlândia está sem governo, pelo menos até ao dia 19, três dias depois da reunião do Ecofin em Bruxelas, pelo que Jyrki Katainen fica de mãos completamente atadas.
O próximo primeiro-ministro poderia, no entanto, tentar aprovar a questão portuguesa numa votação parlamentar, mas isso é improvável porque há agora o sério receio de que um crescente número de deputados rebeldes de todos os partidos se juntem aos verdadeiros finlandeses eurocépticos para chumbarem a ajuda a Portugal.
Os próprios constitucionalistas finlandeses comentam que a situação criada não tem paralelo na história do país, sublinhando que tentar aprovar a questão portuguesa apenas ao nível de uma comissão parlamentar sem a proposta vir de um governo formado, seria no mínimo uma finta, e provavelmente uma violação da constituição finlandesa.