O Fundo Monetário Internacional (FMI) irá emprestar 26 mil milhões de euros a Portugal e vai exigir 3,25 por cento nos primeiros três anos.
«As taxas de juro do empréstimo serão de 3,25 por cento no início, mas irão mudando. São taxas flexíveis», disse o responsável do FMI Poul Thomsen.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) irá contribuir com 26 mil milhões dos 78 mil milhões de euros previstos para os empréstimos a Portugal por parte da "troika", contribuindo a União Europeia com os restantes dois terços do valor acordado. Deste modo, a contribuição europeia será de 52 mil milhões de euros.
O valor deverá ser aprovado pelo Conselho executivo do FMI antes do final do mês.
Antes deste anúncio, Teixeira dos Santos, também em conferência de imprensa, considerou «prematuro estar a falar de um valor para a taxa de juro deste empréstimo».
Disse ainda que só será possível saber qual a taxa de juro que Portugal vai pagar quando se souber como é que vão financiar no mercado as entidades que vão emprestar o dinheiro a Portugal.
A "troika" considerou que o PEC4 que o Governo apresentou em Março e foi chumbado no Parlamento pela oposição «era um bom ponto de partida», disse Jurgen Kroger, chefe da missão de resgate.
O chefe da delegação do FMI, Poul Thomsen, acrescentou que o «Governo já estava a meio caminho do que agora foi traçado, mesmo antes de começar a negociação».
Em conferência de imprensa destinada a explicar os termos do acordo de ajuda externa a Portugal, o representante da Comissão Europeia, Jurgen Kroger, explicou que o PEC4 «não era suficientemente profundo em reformas estruturais», uma vez «que se concentrava apenas em medidas fiscais».
O representante do FMI na "troika", Poul Thomsen, considerou que ao PEC «faltava medidas mais específicas» e «tinha falhas em termos de reformas estruturais e no sector financeiro».
«O objectivo de [reduzir o défice para] 3,9 por cento não estava a ser bem conseguido através do PEC4», disse Poul Thomsen.
Na conferência de imprensa, Jurgen Kroeger disse ainda que as medidas que constam no acordo de entendimento entre o Governo e a "troika" seriam «menos restritivas nalgumas áreas» se Portugal tivesse pedido ajuda mais cedo, afirmou hoje o chefe de missão da missão.
O plano negociado entre a "troika" e o Governo português implica que «vai haver redução dos rendimentos dos particulares», declarou o responsável do FMI nas negociações tripartidas com Portugal.