Segurança

Maioria das multas dos radares de Lisboa não chega a ser paga

Radares dr

A Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária não tem capacidade de resposta, em tempo útil, aos milhares de multas que saem dos radares de Lisboa, por isso a maioria das multas não é paga.

O vereador da mobilidade e infra-estruturas da Câmara de Lisboa explicou, na TSF, que os 21 radares da cidade estão a funcionar normalmente, o problema está no processamento das multas pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR).

Nunes da Silva referiu que muitas vezes as coimas só chegam a casa dos condutores um ou dois anos depois da violação do código da estrada, ficando em causa o efeito dissuasor dos radares «que perde-se por completo».

O vereador revela que a ANSR não consegue responder em tempo útil às multas de todo o país e a grande maioria das contra-ordenações com origem nos radares de Lisboa prescreve.

«Tenho uma impressão que será um volume acima dos 50 por cento [das multas que prescrevem]», adiantou Nunes da Silva.

Sem capacidade de resposta para tanta multa, as ordens são para dar prioridade aos casos mais recentes. As contra-ordenações graves ou muito graves também chegam mais rápido à casa dos condutores.

O presidente do Observatório da Segurança das Estradas e Cidades, Nuno Salpico, explica que esta situação leva a uma atitude cada vez mais «indisciplinada dos condutores».

«Os radares depois não têm a responta sequencial do Estado, quer dizer não há processamento das contra-ordenações. Basta ver caso de Lisboa em que a esmagadora maioria das contra-ordenações prescrevem porque bloquearam por completo. Embora eles [radares] continuem a disparar, cabam por ser uma anedota» e, por isso, a «atitude dos condutores tem vindo a ser cada vez mais indisciplinada», alertou Nuno Salpico.

A TSF tem procurado esclarecimentos da ANSR, entidade responsável pela cobrança das multas de trânsito, mas por enquanto sem sucesso.