A Rádio Nacional de Espanha (RNE) diz que durante a madrugada houve mais de 20 réplicas ligeiras do sismo na região de Murcia. Muitas pessoas optaram por passar a noite em tendas na rua.
Foram distribuídos colchões e mantas mas a maior parte da população não pregou olho. O Governo disponibilizou tendas, mas pelo menos 20 mil pessoas passaram a noite nas ruas.
O mais recente balanço indica oito mortos, 167 feridos, três dos quais em estado grave.
Lorca é uma cidade com muitos cidadãos imigrantes do Equador, Bolívia, Paraguai mas também muitos magrebinos, principalmente de Marrocos.
Os testemunhos a partir de Lorca relatam rostos de sofrimento. Arrastam-se pelas ruas da cidade, despenteados, descalços, com um ar perdido, cobertores debaixo do braço. Crianças que vagueiam pelas ruas agarradas às mãos de adultos sem saberem para onde hão-de ir.
Mobilizaram-se voluntários. Há dezenas de carros, ambulâncias, jeeps todo-o-terreno e dez Hospitais de Campanha para assistência às vítimas.
O primeiro-ministro espanhol, José Luís Zapatero, já deu ordem para que avançasse para Lorca a unidade de emergência do Exército.
O principal receio das autoridades espanholas é que os edifícios que agora estão instáveis possam ruir. A zona baixa da cidade é de estrutura antiga, por precaução os bombeiros vedaram a área.
A autarquia de Lorca convocou, entretanto, uma reunião com todos os arquitectos e engenheiros públicos da cidade para fazer o levantamento dos danos.
As prioridades, para estas primeiras horas depois do abalo, estão definidas: recuperar o gás, luz, água e as comunicações e começar as limpezas e reconstrução.
No centro da cidade há muitos escombros e os danos materiais são muito significativos. Um cenário de tragédia, o aspecto das ruas é desolador.
Durante a madrugada, registaram-se 24 réplicas do sismo, diz a RNE, sendo que a maior parte delas não foram sentidas pela população. Às 03h50, houve uma réplica mais forte de magnitude 2 na escala de Richter.
As autoridades continuam por isso a recomendar aos habitantes de Lorca que não regressem às suas casas.
Estima-se que haja entre 20 a 30 mil pessoas desalojadas, que para já estão em pavilhões desportivos e escolas.