O arcebispo de Boston, nos EUA, defendeu, em Fátima, que as dioceses devem trabalhar com as autoridades civis para tornarem as instituições católicas em lugares mais seguros para as crianças.
Na conferência de imprensa que antecedeu o início da peregrinação de 12 e 13 de Maio ao Santuário de Fátima, e a propósito dos abusos sexuais cometidos por membros do clero, o cardeal norte-americano Sean O'Malley considerou «importante que haja normas para todos os países para tratar o problema».
Na ocasião, acrescentou que «cada diocese deve, realmente, planear como enfrentar o problema, ajudar as vítimas de abuso sexual e trabalhar conjuntamente com as autoridades civis para fazer das nossas instituições católicas os lugares mais seguros para as crianças».
Sean O'Malley substituiu o cardeal Bernard Law depois de este ter deixado a diocese de Boston na sequência de casos de abusos sexuais com menores envolvendo o clero local, que foi acusado de encobrir.
Em Abril de 2008, quando Bento XVI visitou os Estados Unidos da América, o papa encontrou-se com um pequeno grupo de pessoas abusadas sexualmente por membros do clero.
O grupo estava acompanhado pelo cardeal Sean O'Malley e na ocasião o arcebispo de Boston entregou ao papa um livro contendo a lista de mil vítimas da sua diocese.
Esta quinta-feira, o arcebispo de Boston reconheceu que, em 2003, quando chegou à diocese, havia «muitos problemas».
O cardeal norte-americano, que preside à comissão de inquérito sobre os abusos sexuais cometidos pelo clero irlandês, preside, esta quinta-feira e amanhã, à peregrinação internacional aniversária ao Santuário de Fátima, marcada por uma evocação da beatificação de João Paulo II, papa que o nomeou para o actual cargo.