A Comissão Europeia prevê uma descida do nível da actividade económica em Portugal nos próximos dois anos, com uma diminuição do PIB de 2,2% em 2011 e de 1,8% no próximo ano.
As Previsões da Primavera publicadas hoje em Bruxelas indicam que em 2011 pior do que Portugal apenas estará a Grécia com uma contracção do produto de 3,5 por cento em 2011.
No próximo ano Portugal será o único país europeu em recessão, uma contracção do PIB de 1,8, numa altura em que a média de crescimento da União Europeia será de 1,9 por cento depois de em 2011 o produto já ter aumentado 1,6.
A contracção do PIB português está em linha com os números avançados nas negociações com a "troika" do programa de assistência financeiro, 2 por cento de queda do produto em 2011 e 2012, e são mais pessimistas que as previsões do FMI, diminuição do produto de 1,5 em 2011 e de 0,5 no ano seguinte.
O país vizinho, a Espanha, segundo as previsões da Comissão Europeia, irá crescer 0,8 por cento este ano e 1,5 em 2012, depois da contracção do produto de 0,1 em 2010.
Outro grande parceiro comercial de Portugal e considerado a "locomotiva económica" da Europa, a Alemanha, depois de ter alcançado um crescimento assinalável de 3,6 por cento do PIB em 2010, terá aumentos do Produto de 2,6 por cento em 2011 e de 1,9 no ano seguinte.
Em termos gerais, a Comissão Europeia reviu em ligeira alta, para 1,8 por cento, o crescimento da economia europeia em 2011, estimando que no próximo ano o crescimento atinja os 1,9, considerando que a retoma continua assim a ganhar forma.
Os valores para Portugal já eram esperados, devido às medidas adoptadas no quadro do plano de assistência que os ministros das Finanças da UE deverão aprovar no início da próxima semana.
A Comissão Europeia publica previsões económicas quatro vezes por ano: estimativas completas na primavera e no outono e mais dois exercícios intercalares apenas para o PIB e a inflação das sete maiores economias europeias.
As previsões da Primavera cobrem três anos, 2010 (estimativas), 2011 (previsões) e 2012 (cenário de políticas inalteradas), no que se refere ao PIB, à inflação, ao desemprego e às finanças públicas, entre outros indicadores.