O secretário-geral do PCP afirmou que, feitas as contas, as medidas de austeridade impostas pelo programa de ajuda externa a Portugal equivalem ao fim do 13.º e do 14.º meses em 2013.
Num discurso num palco improvisado, durante uma acção de rua em Benfica, Lisboa, Jerónimo de Sousa lembrou que, quando anunciou ao país o programa de ajuda externa a Portugal, «Sócrates veio afirmar que os portugueses não vão ver cortado o seu 13.º mês e o seu 14.º mês».
«Somados todos estes cortes, estes sacrifícios, pensamos que em 2013, contas feitas, foi-se o 14.º e foi-se o 13.º mês», acrescentou Jerónimo de Sousa, perante um grupo de apoiantes da CDU, coligação que junta o PCP e "Os Verdes".
Antes, o secretário-geral do PCP referiu que o programa de ajuda externa a Portugal inclui congelamento de salários, congelamento e corte de pensões, aumento dos impostos, incluindo o IVA e o IMI, aumento das taxas moderadoras na saúde e alteração da legislação laboral para tornar «mais barato despedir».
Segundo Jerónimo de Sousa, PS, PSD e CDS-PP subscreveram «um programa de submissão e de agressão ao povo português» que era desnecessário, que serve «fundamentalmente para salvar a banca» e apenas sacrifica «quem trabalha» e «quem vive da sua reforma ou da sua pensão».
«Foi uma opção clara, não foi um castigo divino, não tivemos nenhuma calamidade que justificasse esta opção» e dos 78 mil milhões de euros de empréstimo a Portugal «não vem nenhum dinheiro para resolver os problemas da nossa economia», disse.
O secretário-geral do PCP terminou esta sua intervenção de cerca de 10 minutos pedindo o «reforço da CDU» não para esta «ter mais um deputado ou menos um deputado», mas para «dar mais força à luta daqueles que vão ter de resistir a estas medidas deste pacto».