Um grupo de portuenses quer impedir que o Mercado do Bom Sucesso passe a receber escritórios e uma zona comercial tipo shopping center. O fecho do mercado está previsto para 25 de Maio.
A maioria dos comerciantes aceitou a indemnização e abandonou o mercado do Bom Sucesso em meados de Abril.
João Fernandes, director do Museu de Serralves, assinou um manifesto contra o fecho do mercado porque teme a perda de um património histórico e a desertificação da zona.
«Onde as pessoas moram precisam de ter mercados. O desaparecimento de um mercado com a configuração do Mercado do Bom Sucesso, de frescos, vai originar uma progressiva desertificação da zona», para além de representar «um atentado a uma história de uma arquitectura de um edifício magnífico», comentou.
Em 2010, o Movimento Bom Sucesso Vivo lançou um manifesto contra a reconversão do espaço com um apelo ao Ministério da Cultura e ao IGESPAR que contou com a assinatura de arquitectos de renome, como Siza Vieira.
Agora, depois da aprovação do projecto pela Direcção Regional de Cultura do Norte, o movimento emitiu um novo documento, assinado por 17 personalidades da cultura portuense, que repudia a decisão.
Para João Fernandes, a requalificação seria possível, mas mantendo a identidade do mercado e incluíndo um «projecto de reabilitação de toda aquela zona».
O director do Museu de Serralves entende que é preciso pensar a sério a cidade e criar uma relação entre as pessoas que moram nela.
A empresa Eusébios quer fazer naquele espaço um hotel, um bloco de escritórios, cerca de 30 lojas e um mercado tradicional modernizado.
O exterior do edifício, classificado como monumento de interesse público, não será alterado. A obra deve estar concluída no final de 2013.