Legislativas 2011

PNR quer repor fronteiras e critica políticas de imigração

Reposição das fronteiras, o proteccionismo à produção e às famílias portuguesas e críticas à «imigração de porta aberta» são as ideias fortes do Partido Nacional Renovador durante a campanha eleitoral.

«O nosso caminho é de proteccionismo, de apoio às empresas portuguesas, ao comércio tradicional, que está pelas ruas da amargura, ao trabalhador e à família portuguesa. Isso não é possível num país onde a fiscalidade é surrealista. Somos sufocados com cargas fiscais que não têm qualquer paralelo com o que os portugueses ganham», disse o presidente do PNR em entrevista à Agência Lusa.

Para Pinto Coelho, há que «repor as fronteiras, taxar os produtos vindos de fora, sobretudo aqueles que vêm do mercado hipócrita - da China, que todos sabemos que são concorrência desleal, fabricados com mão de obra escrava, que o Ocidente tanto se insurge, mas cinicamente apoia, em nome do lucro».

«Voltar a cultivar os campos, ganhar soberania na nossa ZEE (Zona Económica Exclusiva) do Mar, que está a ser usufruída pelos espanhóis, e renegociar tudo o que seja possível com a UE a nosso favor», são outras ideias preconizadas pelo PNR para «proteger a produção nacional», também através da baixa de impostos sobre rendimento (IRS e IRC) e apoios a «quem quer ser empreendedor no sector primário e secundário», além de atenções especiais «à família e à maternidade» e ao «interior do país que está cada vez mais despovoado».

Por outro lado, o PNR mostra-se «contra as políticas suicidas de imigração de porta aberta» e «subsídio-dependência», à excepção dos estrangeiros que se encontram em Portugal «por bem, a trabalhar», em virtude de considerar que o «multiculturalismo destrói a identidade» e gera tensões sociais.

«Nós estamos a importar maciçamente imigração de modo descontrolado e a conferir-lhes nacionalidade portuguesa de modo administrativo. O PNR advoga o 'jus-sanguinis', ou seja, é português quem é filho de português. Não é por um cão nascer numa capoeira que passa a ser galinha, cão é cão, nasça onde nascer», afirmou Pinto Coelho.

Pinto Coelho acredita num crescimento «substancial» dos votos no PNR, mas reiterou as dificuldades sentidas pelo partido em dar-se a conhecer aos eleitores devido às «migalhas de tempo de antena», apontando um «ciclo vicioso: como não temos voz, não temos votos».

«No dia em que o PNR entre na Assembleia da República e esteja de igual para igual com os outros partidos no acesso à Comunicação Social, não tenho dúvidas de que o crescimento não pára mais. A partir desse dia, os portugueses passam a conhecer o PNR e vai ser crescer sem parar», afirmou.

O PNR, que obteve 11.503 votos (0,2 por cento) nas eleições legislativas de 2009, concorre agora com listas em todos os 22 círculos eleitorais, mas sublinha que o «regime e os partidos do arco do Poder» estão «podres», já «tiraram o que tinham a tirar» e que, «se fosse há 25 ou 35 anos atrás, já tinha havido uma revolução», sugerindo uma «mudança de regime, de modo pacífico, para correr com estes políticos todos que nos têm desgovernado».