A economia portuguesa deverá contrair-se 2,1% este ano e 1,5% no próximo, estima a OCDE, que apresenta previsões menos pessimistas que as divulgadas pela Comissão Europeia.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que divulgou hoje as suas mais recentes previsões macroeconómicas para os países membros, apresenta previsões menos pessimistas que as recentemente divulgadas pela Comissão Europeia, que apontavam para uma queda do PIB na ordem dos 2,2 por cento em 2011 e 1,8 por cento em 2012.
Portugal vai ser o único, entre os 34 países da organização, a atravessar uma contracção económica no próximo ano.
Mesmo na comparação com a Europa periférica, até a Grécia, que desde 2009 está em terreno negativo, deve conseguir quebrar o ciclo e registar uns tímidos 0,6 por cento de crescimento em 2012.
Para Portugal, a OCDE prevê um cenário menos pessimista do que a Comissão Europeia não só em relação ao PIB mas também à evolução do desemprego.
Nesse campo, a OCDE aponta para uma taxa de 11,7 por cento este ano e 12,7 por cento no próximo. Bruxelas estima já para este ano o recorde histórico de 13 por cento de desemprego em Portugal.
A análise económica da OCDE defende ainda que os objectivos do défice negociados entre a "troika" e o governo português vão ser cumpridos, lembrando a organização que apesar dos custos no curto prazo, a implementação das medidas de consolidação é essencial para reequilibrar a economia.
O preço a pagar vem numa factura que já tinha sido apresentada pelo Banco de Portugal (BdP). Na semana passada, o supervisor alertou para uma contracção sem precedentes do rendimento disponível das famílias.
Ora a OCDE estima um recuo de 4,1 por cento este ano e de 3,7 no próximo.
Em queda também o consumo público e o investimento. Já a bandeira das exportações mantém-se hasteada mas depois de ter avançado 8,8 por cento no ano passado vai cair mais de dois pontos percentuais este ano e recuperar para 7,4 por cento no próximo ano.