Economia

Conselheira da CE admite preocupação dos partidos com prazos do acordo

Maria João Rodrigues Direitos Reservados

A conselheira da Comissão Europeia Maria João Rodrigues diz que deve existir alguma preocupação nos bastidores partidários, porque o acordo com a "troika" é exigente.

É «natural» que haja alguma preocupação nos bastidores, porque «toda a gente sabe que é um programa exigente e com prazos muito apertados», disse esta terça-feira à TSF a conselheira da Comissão para as ciências sócio-económicas.

A conselheira de Bruxelas defendeu que é preciso «esperança de que o país, após as eleições, vai conseguir pôr de pé um governo de base alargada, sólido e com objectivos muito precisos relativos ao cumprimento deste plano, porque a "troika" propõe algo que é muito abrangente, mas que não equivale a um programa de governo completo».

Maria João Rodrigues acrescentou que há pontos de um programa de governo, como políticas detalhadas para estimular o crescimento económico e uma adaptação do estado social para apoiar os portugueses, que não estão no acordo com as instituições responsáveis pela ajuda externa a Portugal.

A conselheira do executivo comunitário deixou também um conselho aos partidos que assinaram o compromisso de entendimento - PS, PSD e CDS-PP -, em concreto que seria melhor que não fossem fechadas portas a uma coligação pós-eleitoral, com vista a «pôr de pé um governo de base alargada e credível».

«Os partidos que têm hipótese de participar no governo sabem muito bem o que lhes caber fazer e têm isso em conta nas propostas que estão a fazer mesmo que não falem de uma maneira tão directa sobre o programa da "troika"», referiu.