O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Vítor Constâncio, apoia a sugestão de Jean-Claude Trichet sobre a criação de um Ministério das Finanças europeu, reiterando a oposição à eventual reestruturação da dívida grega.
Segundo Constâncio, a reestruturação não pode ser uma opção porque «em termos técnicos significa o incumprimento» do país, pelo que este responsável está «totalmente em desacordo» com esta medida, disse citado pela agência de informação financeira Bloomberg.
Uma reestruturação da dívida grega «seria má para a Europa e para o sistema financeiro global», esclareceu o governante, acrescentando que há outras formas de envolver o sector privado numa solução para a Grécia.
Constâncio falava à margem de uma cerimónia em que Jean-Claude Trichet recebeu hoje, em Aachan (Aix-la-Chapelle), na Alemanha, o Prémio Carlos Magno, e na qual defendeu que os Governos devem considerar a criação de um Ministério das Finanças com competências na zona euro e defendeu uma «acção mais decidida» contra países incumpridores.
«Seria muito ousado, no campo económico, com um mercado único, uma moeda única e um banco central único, conceber um Ministério das Finanças da União?», perguntou Trichet.
De acordo Segundo o responsável, este gabinete não teria «necessariamente» de administrar «um grande orçamento federal», tendo funções em três domínios. «Em primeiro lugar, a vigilância das políticas orçamentais e da concorrência», defendeu Trichet, acrescentando que esse ministério deveria ainda ter «responsabilidades directas» sobre os países em dificuldades.