Passos Coelho reconhece que é preciso criar um organismo independente e com amplos poderes que garanta a transparência das contas públicas e a consolidação orçamental.
A ideia que já tinha sido defendida em Outubro do ano passado pelo governador do Banco de Portugal, António Costa, foi agora apoiada pelo futuro primeiro-ministro em entrevista ao jornal francês Les Echos.
Trata-se de uma medida para que Portugal possa ser totalmente transparente perante os mercados recuperando assim a confiança no país.
O presidente do PSD defende que esta nova instituição deve ser criada pelo Banco de Portugal e pelo Tribunal de Contas e ser composta por personalidades independentes, incluindo estrangeiros, para desta forma estar garantida transparência total em matéria de execução orçamental.
Mas a futura autoridade orçamental também deve controlar as finanças das empresas públicas, assim como das autarquias.
Passos Coelho defende que este novo organismo deve ter poderes muito amplos, mas não adianta, no entanto, uma data para a concretização desta ideia.
Questionado sobre se teme que Portugal possa ser uma nova Grécia, o sucessor de José Sócrates mostra-se optimista, traça como prioridade a aposta nas exportações para fazer crescer a economia e garante que vai cumprir o que foi acordado com a "troika".
Questionado sobre se os portugueses estarão dispostos a novas medidas de austeridade, Passos Coelho sublinha que se tiverem que pagar mais impostos e fazer mais poupanças o próximo governo deve poupar mais do que o anterior, sendo necessário racionalizar o sector público e as empresas estatais.