Economia

Portagens europeias para camiões de mercadorias podem aumentar até 30 por cento

Este aumento surge com a aprovação do princípio do poluidor-pagador para os camiões de mercadorias, que contou com a abstenção de Portugal. A ANTRAM estranha a posição portuguesa.

As portagens europeias para os camiões de mercadorias poderão registar um aumento que pode chegar aos 30 por cento, isto depois de ter sido aprovado o princípio do poluidor-pagador para o sector no Parlamento Europeu.

Com esta aprovação, os Estados-membros ficaram com dois anos para incorporar a chamada "eurovinheta" nas leis nacionais, podendo estes países adicionar entre três e quatro cêntimos ao custo de utilização de auto-estradas para os camiões com peso superior a 3,5 toneladas.

As isenções só vão ser permitidas em casos muito excepcionais e mediante uma explicação à Comissão Europeia sobre os motivos que motivam uma situação destas.

O objectivo desta medida é dotar os Estados-membros de um instrumento legal que permita cumprir o princípio do poluidor-pagador.

Existe também a obrigação de um investimento de pelo menos 15 por cento das receitas geradas na rede transeuropeia de transportes, nomeadamente nas vias ferroviárias e marítimas, de modo a aumentar a sustentabilidade destes meios.

Numa primeira leitura, antes do texto ser votado no Conselho de Ministros dos Transportes, Portugal, Holanda e Irlanda optaram pela abstenção, ao passo que Espanha e Itália estão contra a medida.

O presidente da ANTRAM ficou surpreendido pela abstenção portuguesa, uma vez que esta medida pode ter um impacto negativo nas exportações portuguesas.

Ouvido pela TSF, António Mouzinho disse não ter tido qualquer tipo de «justificação nem conhecimento prévio» relativo a esta posição, muito embora já soubesse do voto contra de Espanha.

«Os países que se abstiveram foi Portugal e a Irlanda. Não sei se tem a ver com algum pormenor mais macro-económico», acrescentou o presidente da ANTRAM.

António Mouzinho defende que Portugal devia ter votado contra, por ser um país periférico, algo que faz com que Portugal seja dos mais prejudicados por esta medida.

Redação