Política

António Barreto diz que é indispensável rever a Constituição

António Barreto Direitos Reservados

O presidente da Comissão Organizadora das Comemorações do 10 de Junho deseja que a Constituição seja revista e o apuramento de responsabilidades pela actual crise.

Na cerimónia das comemorações do Dia de Portugal, que decorre esta sexta-feira em Castelo Branco, António Barreto defendeu que a revisão da Constituição é «indispensável», por estar «anacrónica, barroca e excessivamente programática».

«Se tantos a invocam, se tantos a ela se referem e se tantos dela se queixam é porque realmente está desajustada e corre o risco de ser factor de afastamento e de divisão ou então é letra morta», afirmou.

Contudo, frisou, não será a revisão da Constituição a resolução de todos os problemas.

Ao falar de problemas, António Barreto disse que a crispação entre os partidos é de tal modo que se fica com a sensação que há partidos intrusos e defendeu ainda que eles deviam manifestar-se disponíveis para dialogar entre si.

O presidente da Comissão Organizadora do 10 de Junho defendeu ainda «o apuramento de responsabilidades» pela crise, resultado da «imprevidência das autoridades».

Disse mesmo que «a indisponibilidade [dos políticos] para falarem uns com os outros (...) contrasta com a facilidade e o oportunismo com que pedem aos cidadãos esforços excepcionais».

Agora, e numa alusão às eleições legislativas, sublinhou que «o povo falou, fez a sua parte, aos políticos cabe agora fazer a sua».

Para aquele responsável, Portugal está «num desses raros momentos históricos de aflição e de ansiedade colectiva em que é preciso estabelecer uma relação especial entre cidadãos e governantes».