Política

Portas diz que Cavaco fez um discurso muito «franco»

O líder do CDS-PP elogiou o discurso proferido por Cavaco Silva nas comemorações do 10 de Junho em Castelo de Branco, concordando que Portugal não pode falhar.

«Portugal não pode falhar, nem tem margem para errar, acho que todos temos consciência disso», afirmou o líder do CDS-PP, Paulo Portas, em declarações aos jornalistas à saída da sessão solene do 10 de Junho, que se realizou em Castelo Branco e onde o Presidente da República sublinhou que Portugal não pode falhar.

Ainda sobre a intervenção do Presidente da República, o líder democrata-cristão desvalorizou o facto de Cavaco Silva se ter apenas centrado num tema concreto - a interioridade -- sem falar da actualidade.

«O chefe de Estado tem uma posição constitucional que eu acho que ele respeita integralmente e se a decisão dele foi fazer um discurso mais sobre uma questão essencial que está pouco na agenda e que tem de ser lembrada, acho que isso é o cumprimento da função constitucional dele», afirmou, sublinhando a diferença entre «aquilo que é o urgente e aquilo que é o essencial».

O Chefe de Estado, acrescentou, quis dedicar o seu discurso «a uma questão essencial», ou seja, o facto de o «país do interior estar a desaparecer».

Da intervenção de Cavaco Silva, Paulo Portas destacou ainda o enfoque colocado na necessidade de proteger a agricultura, o mundo rural, o empreendedorismo agrícola, turístico e industrial nas zonas do Interior, «sem nostalgias e sem réplicas do Portugal urbano, valorizando o interior e a ruralidade por si próprias no século XXI».

Relativamente ao discurso do presidente das comemorações do Dia de Portugal, António Barreto, o líder democrata-cristão disse ter-se tratado de um «discurso muito corajoso», salientando os apelos para que haja «mais cultura de compromisso, de diálogo e de consenso entre forças, instituições e políticos, num momento de extrema dificuldade» e para que exista um acordo social entre empregadores e trabalhadores.

«Acho essas duas ideias essenciais, tal como acho o pedido que ele fez de uma revisão constitucional que permita, por exemplo, tratar adequadamente da situação dos sistema de justiça em Portugal», acrescentou, insistindo ter-se tratado de uma intervenção «extremamente corajosa».