Jerónimo de Sousa disse que o partido nada tem «a obstar» à solução encontrada para o novo Governo, nem vê problemas na intenção de «acelerar» o processo de nomeação do executivo.
«Da nossa parte quisemos transmitir que em relação à solução institucional encontrada nada a obstar», afirmou o secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa, em declarações aos jornalistas no final de um encontro com o Presidente da República, que se prolongou por cerca de 50 minutos.
Sublinhando que a preocupação do PCP centra-se «na política que o futuro Governo vai realizar», Jerónimo de Sousa renovou as críticas ao acordo assinado com a "troika", considerando que irá trazer «mais exploração e mais injustiças» e não irá resolver «os grande problemas nacionais», nem a questão da dívida externa.
Jerónimo de Sousa, que deixou também a promessa de oposição a qualquer tentativa de revisão constitucional para «facilitar os despedimentos», assegurou ainda que o PCP não vê «nenhum problema» na intenção do chefe de Estado de acelerar o processo de formação do novo Governo.
«A constituição e a lei permitem que o Presidente da República tenha em conta esses prazos e efective a indigitação, nesse sentido não vemos por enquanto nenhum problema», afirmou.
Quanto à possibilidade de existirem «irregularidades ou ilegalidades» nos votos do Brasil, o secretário-geral do PCP apenas defendeu que o caso terá se ser verificado.
Depois de esta manhã ter recebido o líder do PSD, que comunicou que o seu partido e o CDS-PP «dispõem de uma solução maioritária de Governo», Cavaco Silva começou esta tarde a receber os partidos com representação parlamentar, um passo indispensável para a indigitação do novo primeiro-ministro.