Política

Indeferidos pedidos de impugnação dos votos do Rio de Janeiro

A Assembleia-geral de Apuramento da CNE justificou este indeferimento por estes votos não influenciarem os resultados, pois o «PSD registava sempre mais do dobro dos votos do PS».

Os pedidos de impugnação dos votos do Rio de Janeiro foram indeferidos, esta quinta-feira, pela Assembleia-geral de Apuramento da Comissão Nacional de Eleições, dado que o PSD recolheu mais do dobro dos votos do PS no círculo Fora da Europa.

O presidente da Assembleia-geral de Apuramento da CNE indicou que foram contabilizados os votos, incluindo e excluindo a mesa de voto do Rio de Janeiro e chegou-se à conclusão que não havia influência no resultado, pois o «PSD registava sempre mais do dobro dos votos do PS».

Manuel Machado explicou ainda que este órgão decidiu «por unanimidade» não considerar os pedidos de impugnação do PS, Bloco de Esquerda e PCP porque «nos termos da lei, esse assunto não deve ser considerado, é irrelevante».

O deputado social-democrata José Cesário, eleito pelo círculo Fora da Europa, lamentou o «mau perder» e a «falta de sentido de Estado» do PS nesta questão e considerou que «o nosso mandato seria posto em causa se nós sentíssemos que uma comunidade tão trabalhadora como a do Rio de Janeiro tivesse sido impedida de votar».

Já Paulo Pisco, o único socialista eleito pela emigração (círculo da Europa), entende que é preciso alterar o sistema de voto por correspondência, já que «levanta muitas suspeitas e há suspeitas mais que provadas, desta vez com provas materiais, de que houve fraude na mesa do Rio de Janeiro».

Por seu lado, o director-geral da Administração Interna reconheceu que existe «alguma confusão do eleitorado» em relação ao sistema de voto por correspondência,mas escusou-se a sugerir alterações.

Jorge Miguéis avançou ainda que o PSD elegeu dois deputados pelo círculo Fora da Europa (José Cesário e Carlos Páscoa) e outro pelo círculo da Europa (Carlos Gonçalves), ao passo que o PS elegeu Paulo Pisco pela Europa.

Redação