O líder do Bloco de Esquerda reconheceu, na reunião da Mesa Nacional do Bloco de Esquerda, em Lisboa, que perdeu votos para a abstenção e para o PS.
Francisco Louçã sai em busca das razões que levaram o Bloco a perder 50 por cento dos deputados.
«Sentimos todas as dificuldades de um país que, perante o medo e a chantagem de uma viragem política, e perante a dificuldade de dar resposta imediata à renegociação da dívida, escolheu votar para os partidos da direita».
Medo e chantagem na base da justificação encontrada por Louçã, que procura o caminho dos votos que o Bloco perdeu.
«O Bloco de Esquerda perdeu votos para a abstenção e também votos que se transferiram de novo para o Partido Socialista, como para outros partidos», disse Francisco Louçã.
No dia a seguir às eleições, Gil Garcia, rosto da oposição interna, deu nota de descontentamento.
«O Gil Garcia tinha anunciado o pedido da minha demissão e de uma Convenção extraordinária. A Mesa não pediu nem a minha demissão, nem a Convenção extraordinária», afirmou o líder bloquista.
O que Gil Garcia pediu foi uma convenção no próximo ano, mas a proposta não vingou.
«O BE não toma decisões em 2011 para um ano e meio depois. Veremos o que o ciclo político aconselha sobre o evoluir do Bloco», acrescentou.
O Bloco de Esquerda, garante, que continuará a ser um partido de correntes.
«Mal de quem pensa, de que, no século XXI, pode fazer de um partido uma seita monolítica de gente como borboletas há volta da lâmpada e em que o chefe que as ilumina. A riqueza do Bloco de Esquerda é ter a diversidade que tem».
E com a diversidade no espírito, o Bloco fará em Setembro um grande debate aberto a independentes e até a pessoas de outros partidos.
Na agenda parlamentar, ficam desde já duas propostas a apresentar no arranque do novo ciclo político: uma auditoria à dívida pública e privada e a renegociação da dívida, alterando prazos e ritmos de pagamento, para permitir uma economia que crie emprego.