Política

PSD não tem dúvidas quanto à eleição de Fernando Nobre

Assembleia da República dr

No primeiro dia da nova legislatura, os deputados vão eleger o presidente da Assembleia da República. Fonte social-democrata disse à TSF não ter dúvidas quanto à eleição de Nobre.

Fernando Nobre, o nome escolhido por Pedro Passos Coelho, vai esta tarde a votos, mas não tem garantida a eleição para a presidência da Assembleia da República.

A memória de uma campanha presidencial baseada num discurso anti-sistema, com palavras fortes contra partidos e políticos, ainda está bem fresca e o nome de Nobre continua a gerar anti-corpos em todas as frentes.

No entanto, fonte da direcção social-democrata disse à TSF estar absolutamente convencida da eleição de Nobre, numa eleição que será feita em urna por voto secreto.

Se a eleição não fosse por voto secreto, as contas eram simples. Na esquerda, os deputados do PS, PCP e Bloco têm indicações para votar contra, no CDS-PP esperam-se votos em branco e mesmo na bancada da maioria, entre os 108 deputados do PSD, a candidatura de Fernando Nobre não é consensual.

Na prática, se todos os deputados cumprissem as indicações partidárias Nobre não seria eleito. A esperança do PSD reside agora no carácter secreto do voto. Na noite passada, fonte "laranja" confessava à TSF estar absolutamente convencida da eleição de Fernando Nobre sem sobressaltos de maior.

O grupo parlamentar do PSD tem reunião marcada para as 11h00 desta segunda-feira e espera-se que a direcção do partido use argumentos e presenças de peso nesse encontro. O objectivo é tentar convencer uma larga maioria dos social-democratas.

Fernando Nobre foi anunciado como uma escolha pessoal de Pedro Passos Coelho e o PSD quer evitar um chumbo que seria lido como uma derrota do primeiro-ministro logo na sessão inicial da legislatura e na véspera da tomada de posse do novo Governo.

A história do último presidente do Parlamento eleito à segunda volta tem 20 anos e o mesmo partido como protagonista, o PSD.

Em 1991, o PSD de Cavaco Silva tinha acabado de garantir a segunda maioria absoluta, 135 em 230 deputados, mas Barbosa de Melo só foi eleito à segunda votação e mesmo assim por margem mínima, com 117 votos, ou seja, sem fazer sequer o pleno dos votos "laranja".