O PR alertou que o país não está em condições de viver «crises políticas», competindo ao executivo assegurar que a coligação governativa tenha «solidez, consistência e durabilidade».
Na sua intervenção na tomada de posse do novo XIX Governo Constitucional de coligação PSD/CDS-PP, o Presidente da República afirmou que «Portugal não está em condições de viver crises políticas sucessivas».
Reiterando que o apoio parlamentar maioritário é «essencial na actual conjuntura», para enfrentar de imediato os desafios colocados no plano económico e cumprir os compromissos internacionais, Cavaco Silva salientou, contudo, que competirá ao novo executivo «assegurar que a coligação governativa tenha solidez, consistência e durabilidade».
O chefe de Estado prometeu a sua «cooperação activa», mas alertou que apesar da maioria que o sustenta, a «gravidade da situação e a dimensão dos sacrifícios» impõem a procura de consensos partidários e «compromissos alargados a outras forças políticas».
Por outro lado, acrescentou Cavaco Silva, da oposição espera-se «uma atitude construtiva e responsável» para colocar nesta «hora decisiva» o interesse nacional acima dos interesses partidários.
O chefe de Estado sublinhou também que, o novo executivo deve associar à procura de consensos com os restantes partidos uma atitude de «diálogo e concertação» com os agentes económicos e sociais.
Cavaco Silva defendeu ainda, na sua intervenção, que a «justiça na repartição de sacrifícios» terá de ser uma marca da governação do novo executivo «que agora se inicia».
«Ninguém pode ter a pretensão de julgar que está acima da grave situação económica do país, que as adversidades irão passar-lhe ao lado, deixando incólume o seu estatuto. Numa altura de grande exigência, é menor a tolerância dos cidadãos para com desigualdades e privilégios sem sentido», defendeu.
Por isso, exige-se do novo executivo «uma atitude firme no combate à corrupção e às situações de promiscuidade entre interesses privados e o interesse público», pois à legitimidade para reclamar sacrifícios tem de corresponder uma «cultura do exemplo, assente em valores éticos e princípios de serviço público».
Em jeito de "aviso", o Presidente da República insistiu na ideia que aqueles que desempenham funções públicas e altos cargos na Administração têm de ser escolhidos por «critérios de competência e de mérito».