O líder da CGTP vai apresentar ao ministro da Economia e do Emprego, Álvaro Santos Pereira, «reivindicações imediatas» relativas ao salário mínimo nacional.
Neste primeiro encontro entre a Intersindical, liderada por Manuel Carvalho da Silva, e o novo ministro, que acumula as pastas da Economia e do Emprego, são várias as preocupações.
A CGTP tem «reivindicações imediatas relativas ao salário mínimo e traz para este encontro algumas preocupações, nomeadamente, em relação ao emprego e ao desemprego», disse à Lusa Carvalho da Silva.
Além desta questão, o líder da CGTP quer discutir com o novo ministro «alguns casos concretos, como é o dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC)», depois de, na semana passada, a administração da empresa de capitais exclusivamente públicos, ter anunciado uma reestruturação, envolvendo a saída de 380 dos 720 trabalhadores, como forma de reduzir os custos fixos.
A reposição de protecção social, «quer no desemprego, quer em termos de protecção social mínima» é outra reivindicação que a CGTP traz para este encontro, «indispensável sob pena de haver rupturas e um agravamento da pobreza muito acelerado no país», referiu Carvalho da Silva.
Apesar de ser o primeiro de vários encontros, o dirigente da Intersindical manifestou total discordância com o facto de Santos Pereira acumular as duas pastas, da Economia e Trabalho.
«A colocação do trabalho e do emprego na Economia, com a qual discordamos e pensamos, tem perigos diversos», frisou o sindicalista.
E acrescentou: «O trabalho tem dimensões económicas, sociais, culturais e políticas, e uma submissão do trabalho à economia será um desastre do ponto de vista do agravamento das condições sociais e dos trabalhadores, bem como uma perda para a democracia».
Algo que não ficará de fora desta reunião, garantiu, será o acordo assinado pelo anterior Executivo em sede de concertação social, mas que a CGTP recusou assinar.
«Se considerarem esse acordo válido é uma vergonha, é uma manipulação absoluta, um cozinhado feito à pressa para o primeiro-ministro de então [José Sócrates] dizer lá fora que tinha um compromisso com os parceiros sociais, já o Governo estava moribundo e toda a gente sabe disso», vincou Carvalho da Silva.
O encontro entre o governante e a CGTP tem início previsto paras as 8h30, no Ministério da Economia, em Lisboa.