Reagindo à atribuição deste prémio, o escritor recordou que os «prémios são a livros e, neste caso, o livro que está de parabéns é o "Uma Viagem à Índia"».
O escritor Gonçalo M. Tavares venceu o Grande Prémio de Romance e Novela, atribuído pela Associação Portuguesa de Escritores pela obra "Uma Viagem à Índia".
Ouvido pela TSF, Gonçalo M. Tavares lembrou que os «prémios são a livros e neste caso, o livro que está de parabéns é o "Uma Viagem à Índia"».
«Este livro é um pouco estranho, inqualificável. É uma epopeia e anti-epopeia ao mesmo tempo. Relata a viagem de Bloom, o protagonista, à Índia, uma viagem que é física, mas também mental, se calhar até mais mental», recordou.
Com um «percurso narrativo um pouco distinto», Gonçalo M. Tavares considera que esta obra não se assemelha a outra que tenha escrito e que, apesar dos prémios, escrever continua a ser o essencial.
«Guardo uma certa distância em relação a estas notícias. Acho que o que é importante no escritor é continuar e ter vontade de continuar o seu trabalho», adiantou o escritor, para quem os «prémios não são uma distracção».
O jornalista e escritor Fernando Dacosta, um dos jurados deste prémio, considerou esta obra como «profundamente inovadora, diferente, ousada, originalíssima nas literaturas de língua portuguesa e não só».
«Penso que será mesmo uma obra de projecção internacional e intemporal. Daí que é extraordinariamente habilidoso e talentoso o processo seguido por Gonçalo Tavares, que foi, inspirando-se um pouco n'"Os Lusíadas", escrevendo em prosa que parte, no entanto, como se fosse em versos», concluiu.