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Área ardida até Maio mais do que duplicou

A Autoridade Florestal Nacional concluiu que, nos primeiros cinco meses de 2011, a área ardida em Portugal foi mais do que o dobro em relação ao ano passado.

Os dados provisórios do relatório da Autoridade Florestal Nacional (AFN) concluíram que, nos primeiros cinco meses de 2011, a área ardida em Portugal mais do que duplicou em comparação a 2010.

Entre 1 de Janeiro e 31 de Maio deste ano arderam mais 6.755 hectares de florestais quando, há um ano atrás, o fogo consumiu 2.756.

Segundo a AFN, as ocorrências de fogo subiram cerca de 90 por cento entre Janeiro e Maio em comparação com os mesmos meses de 2010, tendo-se registado 3.676 ocorrências, contra as 1.929 do ano passado.

O Porto é o distrito onde se registou o maior número de ocorrências, sendo que das 725 ocorrências registadas 89,5 por cento correspondem a fogachos, afetando áreas inferiores a um hectare.

Os distritos de Braga, Viana do Castelo, Aveiro, Vila Real e Viseu apresentam também um número elevado de ocorrências. O distrito de Braga é aquele que regista um número mais elevado de incêndios florestais (188) nos primeiros cinco meses do ano.

Segundo a AFN, 60 por cento da área ardida entre Janeiro e Maio ocorreu nos distritos de Viana do Castelo (1.804 hectares), Vila Real (1.125) e Braga (1.122).

O Instituto de Meteorologia registou em Maio a temperatura mais elevada desde 1931, mas, apesar disso, a área ardida foi inferior à média do decénio.

No ano passado arderam mais de 130 mil hectares de floresta e mato e registaram-se 22 mil ocorrências. Em contrapartida, em 2009 arderam cerca de 87 mil hectares, num total de 26 mil ocorrências participadas.

Para Duarte Caldeira, presidente da Liga dos Bombeiros, a duplicação da área ardida nos primeiros cinco meses não pode ser apenas imputada à falta de meios. Entende que as causas estão, sobretudo, na desertificação e no envelhecimento da população e na falta de cuidado na limpeza das áreas florestais.

Redação