Economia

Portugal tem de cumprir compromisso de «unidade nacional», diz Lagarde

Reuters

A directora-geral do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, afirmou que Portugal «precisa de fazer reformas estruturais» e cumprir o compromisso de «unidade nacional».

«Se tenho uma mensagem para mandar esta noite à Grécia é uma chamada de atenção à oposição política grega para que chegue a um acordo nacional do partido actualmente no poder. Trata-se realmente do destino de um país», disse Christine Lagarde, citada pela agência Efe.

Numa entrevista a um canal de televisão francês, a nova responsável pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que comentava pela primeira vez a situação da Grécia, sublinhou que «este é o momento para pôr de parte as grandes diferenças políticas».

Os deputados gregos devem votar na quinta-feira o pacote de austeridade assumido pelo governo de George Papandréu.

A Grécia cumpriu esta terça-feira o primeiro de dois dias de greve geral, para contestar o aumento de impostos e privatizações previstos no plano de austeridade.

Uma eventual saída da Grécia da Zona Euro é, para Lagarde, «o prior cenário», que deve ser «absolutamente evitado por todos os meios».

«Precisamos de todos os credores a olharem para a Grécia, mas precisamos também que a Grécia actue de forma responsável», acrescentou.

No que respeita aos outros países da Zona Euro, em que os mercados se encontram também numa situação fragilizada, a primeira mulher a ser directora-geral do FMI disse que os casos «não devem ser generalizados».

«A Irlanda vive uma situação particular, em que mantém forte o seu sector bancário e um desenvolvimento enorme no ramo imobiliário», afirmou a nova directora, realçando que a Grécia foi atingida por outros motivos, tais como «falsas estatísticas» e «dificuldades em controlar a situação».

Quanto a Espanha, a directora do FMI considerou que «dizer que Espanha vai mal é errado», porque, sublinhou, «há todos os esforços do governo espanhol para um saneamento do sector bancário».