Investigadores descobriram um cão sepultado há oito mil anos perto de Alcácer do Sal, animal que, segundo a arqueóloga Mariana Dinis, não foi de todo «atirado para uma lixeira».
Uma equipa de investigadores portugueses e espanhóis descobriu perto de Alcácer do Sal vestígios de um cão sepultado há pelo menos oito mil anos, algo que não tinha sido visto na Península Ibérica.
Ouvida pela TSF, a arqueóloga Mariana Dinis explicou que a descoberta foi feita por um arqueólogo que descobriu os primeiros ossos deste cão quando levantava conchas com o seu colherim, tendo estas ossadas sido «limpas com imenso cuidado».
«Está muito cuidadosamente colocado. Eventualmente até podia estar embrulhado em alguma coisa, mas não podemos garantir isso. Há uma deposição funerária muito cuidadosa. Tem as patas recolhidas e o pescoço muito direitinho. Não é de todo um corpo atirado para uma lixeira», descreveu.
Esta arqueóloga da Universidade de Lisboa, que adiantou que o animal descoberto foi «enterrado intencionalmente e coberto com conchas», lembrou que o «cão tem desde a primeira fase da sua domesticação um papel que é muito mais que económico», ou seja, não serve apenas para a caça.