A PJ anunciou esta segunda-feira a detenção, em Portugal, de dois cidadãos franceses, «presumíveis líderes de uma organização criminosa internacional dedicada ao tráfico de elevadas quantidades de cocaína, que operava em território nacional e europeu».
Os dois detidos, de 35 e 45 anos, que se declararam como empresários, foram já ouvidos em primeiro interrogatório e ficaram em prisão preventiva por decisão judicial.
A "Operação Fenómeno", que culminou «nos últimos dias» uma investigação internacional iniciada há cerca de seis meses, foi levada a cabo pela Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes (UNCTE), em colaboração estreita com a polícia francesa.
Em comunicado, a PJ refere que nos últimos meses foram «detectados esforços significativos» por parte do grupo para transporte por via marítima para território nacional de uma grande quantidade de cocaína, usando um veleiro que se encontrava em doca seca num estaleiro no Sul de Portugal.
A PJ explica que, numa acção coordenada com as autoridades francesas, foi controlado a 26 de Junho passado o mesmo veleiro na costa do Caribe e foi abordado por um navio da Marinha de Guerra francesa, tendo no seu interior 870 quilos de cocaína distribuídos por várias bolsas.
Na altura, foram detidos os dois tripulantes do veleiro e mais tarde quatro suspeitos.
Na operação agora levada a cabo em Portugal, foram apreendidas na residência do alegado líder da organização criminosa uma lancha rápida semi rígida com sete metros de comprimento, cinco automóveis, quatro motas, 300.000 euros em notas e 80.000 dólares, quatro armas, uma delas com silenciador, jóias, três colecções de relógios de marcas conceituadas, um aparelho para detecção de comunicações policiais, telemóveis e documentação.
De acordo com a Judiciária, o grupo em causa «estará inserido numa rede criminosa de cariz internacional que, face à grande quantidade de produto estupefaciente apreendido, aos meios envolvidos e aos bens apreendidos, demonstra uma capacidade financeira e complexidade muito relevante».
As investigações vão prosseguir para determinar a real dimensão da organização, bem como as suas ligações internacionais e a identificação de outros possíveis suspeitos.