Economia

Mira Amaral acusa Moody's de «terrorismo»

Mira Amaral Direitos Reservados

Mira Amaral considerou que o corte de rating por parte da Moody's é um acto de «terrorismo». Faria de Oliveira fala numa decisão «imoral, insultuosa, inadequada e ofensiva».

O presidente do BIC Portugal acusou a Moody's de «terrorismo» ao cortar o rating de Portugal para o nível de lixo «sem dar o benefício da dúvida ao Governo».

«Mas as coisas são como são. Isto tem consequências negativas para Portugal e no sentido que aumenta ainda mais o perigo de risco e portanto aumenta os custos de capital para todos nós», acrescentou Mira Amaral, em declarações à TSF.

Por seu lado, o presidente da Caixa Geral de Depósitos considerou que as entidades com quem Portugal assinou o acordo de ajuda externa «ficam também em causa com os argumentos de não acreditar que Portugal cumpra o acordo e de achar que o montante é insuficiente».

Também em declarações à TSF, Faria de Oliveira entende que é «imoral e insultuoso», «inadequada e ofensiva» para Portugal, para a União Europeia e para o FMI um corte do rating português, até porque o Governo tomou posse há apenas 15 dias e porque tomou de imediato medidas para cumprir o acordo estabelecido.

«O efeito principal vai ser aumentar provavelmente o custo do funding e provavelmente haver necessidade de um custo maior ao BCE contrariamente ao conjunto de medidas que a banca estava a tomar para diminuir a sua exposição junto do BCE», acrescentou.

Faria de Oliveira notou ainda que «quando as medidas não têm completa racionalidade económica e se baseiam em crenças alguma coisa não está bem».

Também ouvido pela TSF, o economista Miguel Beleza receia que «se este tipo de circunstâncias se repetir e se as outras agências alinharem» na opinião da Moody's, Portugal poderá ter de vir a pedir novamente ajuda externa.