Cavaco Silva insiste que Portugal pode ter funcionado como detonador para um levantamento dos agentes europeus para a necessidade de agir contra a actuação das agências de rating.
Convidado a explicar porque é que mudou de ideias em relação às agências de rating, o Presidente da República disse que desta vez não há qualquer justificação para o facto da Moody"s ter colocado a dívida soberana portuguesa ao nível do "lixo".
No ano passado, Cavaco Silva tinha afirmado que não valia a pena recriminar as agências de rating e esta sexta-feira considerou que as agências são uma ameaça.
Este sábado, confrontado com as diferenças no discurso, o Chefe de Estado respondeu: «Àqueles que sofrem de ignorância na análise, eu apenas posso recomendar um pouco mais de estudo».
Em Vale do Lobo, no Algarve, onde assistiu ao início da 5.ª Taça de Golfe Portugal Solidário, Cavaco frisou que, «de acordo com todas as informações, Portugal está a cumprir absolutamente tudo aquilo que consta do memorando de entendimento» assinado com a "troika".
Daí, continuou, «não há a mínima justificação para que uma agência de notação altere a apreciação que faz da República Portuguesa».
A prova disso, contrariamente ao que aconteceu no passado, é que «houve um levantamento na União Europeia criticando essa agência norte-americana precisamente por aquilo que tinha feito em relação a Portugal», frisou.
«Espero que a UE, que é a quem compete actuar nestas situações, acabe por tomar as medidas que libertem de alguma forma o processo de decisão» dos 27 da influência das agências de rating norte-americanas, disse.