Economia

Bruxelas vai regular agências de notação, diz Barroso

Durão Barroso Reuters

Durão Barroso anunciou que a Comissão Europeia vai regular as agências de notação financeira, sendo que no Outono serão apresentadas «propostas legislativas concretas» para isso.

«Para já, vamos regular as agências de notação. No Outono, viremos com propostas legislativas concretas. Estamos a concluir agora a análise de impacto», disse Durão Barroso em entrevista à RTP esta segunda-feira.

Recordou que em 2008 o executivo comunitário consultou os Estados-membros sobre «a hipótese de regular de maneira mais efectiva as agências de notação» e que «na altura isso foi rejeitado», por se considerar que «seria um ataque aos mercados».

«O máximo que se poderia aceitar seria uma espécie de auto-regulação, um código de conduta para as ditas agências», continuou.

Barroso frisou que as agências de notação financeira «são actores de mercado que muitas vezes reflectem exageradamente tendências do mercado», o que por vezes pode ter «efeitos negativos».

Ainda sobre as agências de notação financeira, em concreto o facto de a Moody's ter colocado a dívida soberana portuguesa ao nível do "lixo", Durão Barroso elogiou o «sobressalto patriótico» que essa decisão gerou em Portugal.

«Gostei muito de ver a indignação contra a agência de notação, mas espero que agora haja (...) a determinação para levar a cabo as reformas que são necessários para o país», frisou.

Na entrevista, o presidente da Comissão Europeia confessou não acreditar que seja encontrada uma resposta positiva na reunião do Eurogrupo desta segunda-feira, na qual se discute a participação dos privados na compra de títulos da dívida grega.

«Espero que haja algum progresso hoje, embora muito sinceramente não espere hoje uma solução definitiva para alguns destes problemas», afirmou.

Alguns deles, continuou, «são extremamente complexos e difíceis, quer do ponto de vista técnico quer do ponto de vista político, e vão necessitar de uma análise mais funda e sobretudo de uma determinação maior por parte de todos os Estados-membros da Zona Euro».