O Banco de Portugal aponta para uma queda do PIB este ano de dois por cento e de 1,8 no próximo. Já a inflação vai acelerar para 3,4 por cento em 2011 e abrandar para 2,2 em 2012.
Em dois anos Portugal vai perder quase cem mil empregos. A leitura do Boletim Económico de Verão do Banco de Portugal feita pelo Diário Económico revela que a quebra de 1,1 por cento em 2011 e 0,9 por cento em 2012 levam à perda de cem mil postos de trabalho.
Outro dado a reter neste boletim de Verão é o menor pessimismo do Banco de Portugal em relação aos economistas da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional. O Jornal de Negócios sublinha que a "troika" previa uma quebra de 2,2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB). Já o Banco de Portugal prevê uma queda de dois por cento.
A projecção mais optimista do Banco de Portugal é explicada pelo consumo privado que, em vez de cair 4,4 por cento como previa a "troika", deve registar uma redução de 3,8 por cento.
A autoridade de supervisão explica esta diferença com o facto de as famílias terem reduzido o seu consumo no segundo trimestre deste ano.
Outro indicador é a inflação que deve acelerar até aos 3,4 por cento até ao final do ano.
O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor deve reflectir o impacto de alterações da tributação indirecta e de preços, afirma a entidade liderada por Carlos Costa, que projecta para 2012 «um crescimento dos preços no consumidor mais em linha com os seus determinantes macroeconómicos».
O banco central prevê ainda que a concessão de crédito por parte dos bancos seja ainda mais restritiva, sublinhando que a tendência está, no entanto, «dependente das estratégias seguidas pelo sector bancário».