O Governo disse estar pronto para tomar as medidas necessárias caso o BCP e a holding do BES, se mostrem «incapazes de executar o plano de recapitalização» em três meses.
«Na medida em que os bancos se mostrem incapazes de executar o plano de recapitalização nos prazos especificados em acordo com o Banco de Portugal, o Governo estará pronto a tomar as medidas necessárias para manter a estabilidade financeira», disse esta sexta-feira o Ministério das Finanças, recordando que há mecanismos disponíveis para essa finalidade.
Em comunicado, o ministério tutelado por Vítor Gaspar sublinhou que «no quadro do Programa de Assistência Económica e Financeira, envolvendo a União Europeia, o Fundo Monetário Internacional e o Banco Central Europeu ['troika']», estão disponíveis «o esquema de recapitalização com um montante total de 12 mil milhões de euros e o esquema de garantias bancárias com um montante total de 35 mil milhões de euros».
O Governo, com base na informação prestada esta sexta-feira pelo Banco de Portugal, realçou que as duas instituições financeiras, que «apresentam o rácio "Core Tier 1" em 2012 no cenário adverso entre cinco e seis por cento, nomeadamente o Banco Comercial Português e o Espírito Santo Financial Group, irão desenvolver as medidas apropriadas para reforçarem os seus balanços no período de três meses imediatamente após a presente publicação».
No dia em que foram divulgados os resultados dos testes de stress aos bancos, o Executivo congratulou-se com «o aumento da transparência inerente à publicação dos resultados do mesmo e à divulgação das exposições à dívida soberana dos grupos bancários participantes».
«Portugal está determinado em preservar a estabilidade financeira e em contribuir para o reforço da resiliência do sector bancário no âmbito de uma estratégia alargada da UE», declarou.