A Associação Cívica Transparência e Integridade quer «maior abertura dos mecanismos de controlo que vão sendo criados» e uma «maior participação da sociedade civil» nesses processos.
A Associação Cívica Transparência e Integridade considera que as reformas acertadas com a troika podem deixar a porta aberta à corrupção e por isso alertou para este facto numa carta dirigida aos representantes da Comissão Europeia, BCE e do FMI.
Ouvido pela TSF, o porta-voz desta associação portuguesa explicou que «para além dos considerandos sobre o combate à corrupção, que nem vem mencionado no memorando, tecemos um conjunto de considerações sobre áreas que consideramos de risco».
O investigador Luís Sousa, que gostaria de ver a atenção focada nas «melhorias da política orçamental», disse ainda que esta associação sugere ainda «uma maior abertura dos mecanismos de controlo que vão sendo criados pelo actual Governo».
«Uma maior participação da sociedade civil e um maior escrutínio público desses processos» são outros dos objectivos desta associação, que quer também ver uma «maior publicitação dos actos», o que «contribui para uma maior transparência e para prevenir situações de corrupção».
Numa carta enviada para estas instituições internacionais, esta associação, que faz parte da maior organização internacional de combate à corrupção, alerta para os perigos da aplicação de medidas na área das privatizações, reestruturação das Forças Armadas e renegociação das parcerias publico-privadas.
Esta associação entende como «ruinosos» os contratos assinados com as concessionárias das SCUT, um exemplo dado como sendo de má gestão dos dinheiros públicos nas parcerias publico-privadas.
Esta estrutura defende a análise independente destes contratos e alerta para a «forte promiscuidade» entre política e sector privado, por causa da ligação entre deputados e membros do Governo e grandes empresas.
«Os exemplos são inúmeros. A regra é a promiscuidade entre política e negócios. A Assembleia da República parece um escritório de representações», pode ler-se neste documento.