Política

Esquerda ataca ideias do Governo acerca de sobretaxa extraordinária

O PCP considera que o Governo «não quer cobrar um cêntimo» a vários empresários portugueses «pelos dividendos que recebem». O PS denunciou o silêncio do Governo sobre medidas para o corte nas despesas do Estado.

O PCP acusou, esta sexta-feira, o ministro das Finanças de não querer cobrar a sobretaxa extraordinária em sede de IRS a todos os sectores da sociedade.

No debate em que se discutiu a sobretaxa extraordinária, o deputado Honório Novo perguntou mesmo a Vítor Gaspar se se tratava de um «esquecimento colossal ou de uma opção ideológica da Direita mais liberal e fundamentalista».

«O senhor não quer cobrar um cêntimo ao senhor Belmiro, ao senhor Amorim, ao senhor Soares dos Santos, ao senhor Mexia pelos dividendos que recebem das suas empresas», frisou.

Neste debate acerca da sobretaxa extraordinária, entretanto aprovada pela Direita parlamentar, a deputada socialista Sónia Fertuzinhos denunciou também o silêncio do Governo em relação a medidas para corte nas despesas do Estado.

«Entre os cortes na publicidade, eventos, deslocação do pessoal dirigente, rúbricas de aquisição de serviços de Estado e autónomos sem esquecer os famosos consumos intermédios, os seus colegas do Governo sabiam exactamente como e quanto cortar. Porque não começou o Governo por aí», perguntou.

Por seu lado, o deputado Pedro Filipe Soares desafiou o Governo a apoiar a proposta bloquista para que seja possível «taxar quer os juros quer os dividendos» que ficaram fora do âmbito da sobretaxa extraordinária.

«Uma medida de tributação adicional sobre os juros e dividendos seria inconsistente com o nosso propósito de incentivar a poupança e assegurar a estabilidade financeira», respondeu Vítor Gaspar.