Economia

Accionistas da PT votam o fim dos direitos especiais

Os accionistas da PT vão esta terça-feira reunir em assembleia-geral para alterar os estatutos da empresa, terminando, assim, com os direitos especiais que o Estado tem na operadora.

No final de Junho, a PT anunciou que os accionistas vão deliberar, na reunião que está marcada para as 15h00, sobre as alterações dos estatutos da empresa relativamente aos direitos especiais relativos a acções detidas pelo Estado, conhecidas como golden shares, «no sentido da sua supressão».

O fim dos direitos especiais do Estado enquanto accionista na EDP, Galp e Portugal Telecom foi hoje publicado em Diário da República, cenário decorrente do acordo com a troika.

Na altura, a operadora lembrou que o fim das 'golden shares' pressupunha a modificação da lei em vigor, adiantando que a empresa estava em fase avançada de preparação da legislação competente.

A PT explicou então que o presidente da mesa da assembleia-geral de acionistas recebeu um pedido de convocação da assembleia, «subscrito pelo Estado português, através da Direcção-Geral do Tesouro e Finanças, pela Caixa Geral de Depósitos, SA e pela Parpública -- Participações Públicas SGPS, SA».

Estas entidades detêm, no seu conjunto, 6,070057 por cento do capital social da PT.

A assembleia-geral de accionistas ocorre um dia depois de a PT apresentar os resultados preliminares da operadora, sem contabilizar os da operação da Oi, já que a operadora brasileira só apresenta resultados a 15 de Agosto.

A operadora liderada por Zeinal Bava divulgou que as receitas desceram 5,3 por cento nos primeiros seis meses do ano, atingindo os 1,7 mil milhões de euros, assim como o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) também desceu 5,3 por cento, para 708,1 milhões de euros.

Já o "cash flow" operacional mais que duplicou (cresceu 164 por cento) para 410,1 milhões de euros.

As receitas da TMN e do fixo da PT caíram 7,5 por cento no segundo trimestre deste ano para 738,5 milhões de euros, mas o número de clientes continuou a aumentar nos dois segmentos.

O serviço de televisão por subscrição MEO terminou o semestre com 919 mil clientes, mais 212 mil clientes (aumento de 30,9 por cento) que em igual período de 2010.

Já no móvel, o número de clientes aumentou 0,9 por cento, mais 65 mil clientes, face ao mesmo período de 2010, para 7.334 mil, graças à banda larga móvel.