Autarcas da Margem Sul do Tejo alinham com os utentes na luta contra as portagens na ponte 25 de Abril e apoiam o "buzinão" de protesto agendado para 1 de Agosto.
Em declarações à agência Lusa, a presidente da Câmara de Almada, Maria Emília de Sousa (CDU), considerou «legítimas» as reivindicações da Comissão de Utentes de Transportes da Margem Sul (CUTMS), que anunciou esta quinta-feira um 'grande buzinão» contra a reintrodução de portagens na ponte em Agosto, anunciada pelo Governo, e pelo fim das portagens no resto do ano.
«As reivindicações da comissão são em defesa dos interesses das populações e do desenvolvimento económico desta região e do país. São legítimas também porque a vida das populações tende a tornar-se insuportável com todo o conjunto de medidas que já começaram a fazer-se sentir», afirmou a presidente.
Também o presidente da Câmara da Moita, João Lobo (CDU), afirmou «solidariedade total» com o protesto: «A ponte 25 de Abril está mais do que paga e a cobrança de portagens prejudica a actividade económica e a mobilidade dos concelhos da Margem Sul», argumentou.
O autarca apoia o "buzinão" também porque, explicou, esta decisão do Governo surge «numa altura em que os portugueses têm mais dificuldades em deslocar-se de férias para outros lados», acabando muitos deles por frequentar as praias a Sul do Tejo.
A presidente da Câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira (CDU), subscreve o protesto: «É inadmissível a cobrança de portagens na ponte. Não se admite que uma pessoa que more na Margem sul seja obrigada a pagar portagem para ir trabalhar, ir ao médico ou passear. E não se admite que as pessoas se vejam privadas de usar as praias a Sul do Tejo por verem sobrecarregado o seu orçamento», considerou.
De acordo com o Instituto de Infraestruturas Rodoviárias, em Agosto de 2010 passaram pela ponte mais de 160 mil veículos por dia.
Em comunicado divulgado em Julho, o ministro da Economia e do Emprego, Álvaro Santos Pereira, justificou a reintrodução de portagens na ponte 25 de Abril no mês de Agosto no quadro «das dificuldades financeiras que o país atravessa e dos compromissos de redução de despesa pública assumidos pelo Estado português», tendo estimado que esta medida permitirá uma poupança de cerca de 48 milhões de euros até 2019.