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Turquia: Chefias militares demitem-se

O chefe de estado-maior das Forças Armadas turcas e os comandantes do Exército, Marinha e Força Aérea apresentaram a demissão na sequência das divergências com o governo sobre a promoção de militares detidos sob acusação de conspiração.

Apesar de ainda se desconhecer o motivo oficial desta decisão coletiva, com pedido para passagem à reforma - uma decisão inédita na Turquia moderna, país com o segundo maior exército da NATO -, os "media" turcos referiram-se a tensões entre a direção militar e o governo islamista moderado do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan.

As divergências estarão relacionadas com a promoção de generais atualmente detidos por alegado envolvimento em conspirações anti-governamentais.

As Forças Armadas turcas, até há poucos anos consideradas intocáveis, tornaram-se no alvo de diversas críticas, incluindo uma suposta conspiração destinada a derrubar o governo de Erdogan, também líder do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), proveniente da corrente islamista.

Os militares turcos derrubaram quatro governos desde 1960, incluindo o chefiado em 1997 pelo islamista Necmettin Erbakan, mentor do atual primeiro-ministro.

Nos últimos dias decorreram diversos encontros entre o chefe de estado-maior, general Isik Kosaner, e Erdogan, para preparar a reunião do Conselho militar supremo (YAS) da próxima semana, que decide as nomeações na hierarquia militar.