Na conferência de imprensa que se seguiu à reunião mensal do BCE, em Frankfurt, Jean-Claude Trichet disse, na tentativa de acalmar os mercados, que o BCE está a comprar dívida pública.
Devia ter sido um trunfo pacificador, mas saiu furado, até porque, a julgar pela declaração de Jean Claude-Trichet, a reunião foi tudo menos pacífica.
«Fomos unânimes nas medidas padrão da política monetária. Não fomos unânimes, mas tivemos uma maioria esmagadora na operação de compra de títulos do Tesouro», disse.
Apesar deste anúncio, as bolsas europeias fecharam esta quinta-feira em forte queda.
Trichet explicou que foi unânime a decisão de manter as taxas de juro de referência inalteradas nos 1,5 por cento, talvez mesmo até ao fim do ano.
Jean-Claude Trichet, a viver as últimas semanas à frente do BCE antes de abandonar as funções em Outubro, voltou a apelar aos governos da Zona Euro para fazerem o respectivo trabalho.
«Os governos tem de fazer o seu trabalho, isso é absolutamente fundamental. Mais uma vez, temos o comprometimento dos governos, estamos a seguir o que estão a fazer», afirmou.
Trichet reiterou que «é absolutamente fundamental» que os governos estejam «à frente da curva».
O presidente do BCE frisou que todos sabem o que têm de fazer para reestruturar as economias e promover o crescimento.
A banca vai voltar a ter acesso a condições de financiamento melhores que o mercado, com empréstimos a seis meses.
Esta é uma condição julgada adequada para o momento actual, em que os bancos voltam a queixar-se de falta de condições para encontrar meios de financiamento nos mercados.