Os eleitores cabo-verdianos elegem este domingo o sucessor de Pedro Pires na Presidência da República, embora todos os dados apontem para uma segunda volta, a realizar dia 21 deste mês.
Caso contrário, um dos quatro candidatos -- Aristides Lima, Jorge Carlos Fonseca, Joaquim Jaime Monteiro e Manuel Inocêncio Sousa - será hoje eleito como quarto chefe de Estado cabo-verdiano, depois de Aristides Pereira (1975/1991), António Mascarenhas Monteiro (1991/2001) e Pedro Pires (desde 2001).
No total, estão inscritos 305.349 eleitores -- 268.379 no território nacional e 36.970 (12,1 por cento) no conjunto dos países que integram a diáspora -, que dispõem de 1140 mesas de voto - 899 nos círculos nacionais e 241 no estrangeiro.
As urnas já abriram. A acompanhar este processo eleitoral estão 112 observadores eleitorais da União Africana (UA, 16), Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO, 82), EUA (11) e Moçambique (três).
A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) não enviou observadores eleitorais para uma votação cujos primeiros resultados provisórios oficiais deverão ser conhecidos duas a três horas após o encerramento das urnas.
Uma das grandes preocupações é a abstenção, tradicionalmente elevada em Presidenciais, uma vez que as eleições se disputam num mês em que a época das chuvas já começou, os agricultores estão nos campos e muitos eleitores estão de férias, sobretudo os da diáspora, que escolhem normalmente Agosto para as passar em Cabo Verde.
Desde que o país abriu ao multipartidarismo, em 1990, a abstenção nas eleições presidenciais tem sido alta.
A abstenção mais baixa, 38,6 por cento, registou-se precisamente nas primeiras presidenciais, a 17 de Fevereiro de 1991, que deram a vitória a António Mascarenhas Monteiro, que seria reeleito na votação de 1996, em que era o único candidato e quando se registou a maior (54,3 por cento).
Na diáspora, estão inscritos 36970 eleitores, com a maior concentração em Portugal (13221), EUA (7571), França (4170), Itália (2292), Angola (2003), São Tomé e Príncipe (1241), Espanha (1218), Senegal (1044) e Luxemburgo (935).