O presidente da Câmara de Peniche diz que está «estupefacto» por o INAG não querer antecipar a intervenção na arriba de São Bernardino, cuja derrocada, na segunda-feira, fez seis feridos.
«Não sei o que é preciso acontecer mais para que a intervenção seja prioritária. Este é um assunto que está identificado desde 2007», disse António José Correia à TSF.
O autarca de Peniche reage, assim, às declarações do presidente da Insitituto da Água (INAG), Orlando Borges, que depois de ter admitido a possibilidade de antecipar a intervenção, disse, esta terça-feira, que «a avaliação técnica realizada não determinou a necessidade de antecipar a consolidação da arriba» na praia de São Bernardino.
Ouvido pela TSF, o presidente da Câmara Municipal de Peniche adiantou que aquela praia, muito frequentada por surfistas, ainda não tem bandeira azul devido ao «problema com as arribas».
Também a arriba da praia da Consolação está classificada com o perigo de ruir e com a necessidade de desmonte de alguns blocos de pedra. António José Correia sublinha que esta informação consta de um relatório de avaliação feito há quatro anos.
Segundo o autarca, o poder local não tem capacidade financeira para fazer a obra de consolidação que está orçada em um milhão e seiscentos mil euros. Espera, por isso, uma acção do Governo.
«Já que o anterior Governo não entendeu, provavelmente aconselhado pelo presidente do INAG, esperamos que o actual [Executivo] valorize o nosso alerta sistemático e que não penalize mais o concelho de Peniche».
António José Correia aguarda algumas medidas do Governo, depois de ter falado com o secretário de Estado do Ambiente e do Ordenamento do Território.