Economia

Suspensão do TGV discutida hoje na "cimeira ferroviária ibérica"

TGV dr

O ministro Álvaro Santos Pereira vai hoje a Madrid defender a aposta no transporte ferroviário de mercadorias, mas o ministro espanhol das Obras Públicas vai insistir no projecto de alta velocidade.

Tudo menos deixar que o TGV morra na fronteira com Portugal, é a posição que o ministro espanhol, José Blanco, vai defender na reunião com Álvaro Santos Pereira.

O jornal espanhol Cinco Dias escreve que a preocupação é não deixar o projecto cair no abandono. Por isso, o ministro José Blanco deverá sugerir outras soluções, desde o adiamento das obras até alterações ao projecto, para o tornar viável.

Em Junho, o ministro espanhol já tinha deixado claro que o TGV é «um projecto europeu», frisando que uma eventual suspensão condiciona os fundos atribuídos pela Europa.

Espanha tem já obras adjudicadas no valor de 800 milhões de euros, há também empresas espanholas envolvidas na construção do TGV em Portugal e Madrid tem eleições antecipadas em Novembro.

Na reunião marcada para esta manhã, o ministro Álvaro Santos Pereira vai defender a suspensão da rede de alta velocidade e propor outras soluções mais baratas. A alternativa pode passar pela aposta no transporte de mercadorias, para promover as exportações.

O Jornal de Negócios adianta que em cima da mesa, pode estar a construção de uma linha de mercadorias transfronteiriça, que do lado português ligaria Sines a Elvas.

Por causa da suspensão do projecto de alta velocidade, o Estado português pode ter que pagar várias indemnizações.

Dois dos consórcios concorrentes ao troço Lisboa-Poceirão já garantiram que vão para tribunal.

O mesmo caminho poedrá seguir o consórcio liderado pela Soraes da Costa e Brisa, que estava a começar a obra do troço entre o Poceirão e a fronteira.