Economia

PR diz ser «teoricamente estranho» inscrever na Constituição limite ao défice

O Presidente da República disse ser «teoricamente muito estranho» inscrever na Constituição «uma variável endógena como o défice orçamental», considerando que reflecte uma «enorme desconfiança dos decisores políticos» relativamente à sua capacidade de conduzir políticas orçamentais correctas.

«Constitucionalizar uma variável endógena como o défice orçamental - isto é, uma variável não directamente controlada pelas autoridades - é teoricamente muito estranho. Reflecte uma enorme desconfiança dos decisores políticos em relação à sua própria capacidade de conduzir políticas orçamentais corretcas», lê-se numa mensagem do chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, na sua página na rede social Facebook.

Contactada pela Agência Lusa, fonte de Belém disse apenas que «em férias o Presidente da República deixou vir ao de cima a sua faceta de autor de livros de textos de economia que tratam desta matéria», escusando-se a fazer mais comentários.

A chanceler alemã Ângela Merkel e o presidente francês Nicolas Sarkozy reuniram-se, terça-feira, para tentar acalmar os mercados depois de mais de uma semana de quedas abruptas nas bolsas.

Face à crise das dívidas soberanas, os dois líderes europeus admitiram ser indispensável fortalecer as economias através da criação de um governo económico da zona euro e da imposição de limites à dívida na Constituição dos países que usam a moeda única.