Economia

Portugueses mais ricos divididos na ajuda para pagar actual crise

Fortunas dr

Alguns dos portugueses mais ricos garantem estar disponíveis para ajudar a pagar a actual crise, outros dizem que são apenas trabalhadores.

Depois das 16 maiores fortunas francesas terem pedido para o governo de Sarkozy avançar com um imposto especial, os jornais económicos portugueses recolheram a opinião de alguns dos nossos milionários.

O líder da Corticeira Amorim, considerado o homem mais rico do país, garante que não passa de um simples assalariado.

Questionado pelo Jornal de Negócios sobre a possibilidade de aceitar um imposto especial só para grandes fortunas, Américo Amorim diz que é um trabalhador e não se considera rico.

Já o dono de cinco casinos em território português e accionista da UNICER, mostra-se disponível para contribuir se todos ajudarem. No entanto, Manuel Violas lembra que o grupo Solverde já paga 50 por cento da receita bruta ao Estado.

Na mesma linha, o empresário Joe Berardo considera que mais importante do que a contribuição dessa taxa especial é que quem que têm riqueza crie postos de trabalho no país.

Já André Jordan diz não ser milionário, mas pagaria se fosse chamado a contribuir. Mesmo assim, o empresário do sector do turismo considera que a proposta dos franceses não iria ter um impacto muito forte na redução do défice português, apenas «um valor simbólico».

Patrick Monteiro de Barros reage dizendo que não entende a proposta. Para o empresário é preciso distinguir um acto solidário de uma contrapartida, deixando no ar a questão 'se não será para o doutor Sarkozy mudar a perspectiva que tem sobre instrumentos financeiros, como as obrigações, "Eurobonds".

Luís de Mello Champalimaud, dono dos Cimentos Liz, lembra ao Diário Económico que já em 1974 existia o slogan, "os ricos que paguem a crise" e defende que quando a Justiça começar a ser eficaz e célere, e quando os contribuintes e os seus impostos passarem a ser respeitados, muitos problemas vão ficar resolvidos.

José Roquette, dono da Herdade do Esporão dá luz verde ao movimento dos milionários franceses. Já sobre a forma de concretizar a medida, o economista e antigo presidente do Sporting indica a criação uma sobretaxa em sede de IRC aplicável a grandes empresas e seus accionistas.

Para Filipe de Botton momentos excepcionais exigem acções e respostas excepcionais dentro de um quadro de razoabilidade. O patrão da Logoplaste acredita que todos os empresários portugueses são a favor de qualquer medida que minimize desigualdades sociais.

Também o patrão da Iberomoldes está disponível para um esforço suplementar. Henrique Neto lembra, ao Diário Económico, que defendeu e escreveu que o Orçamento de Estado para este ano devia contemplar um imposto especial para rendimentos acima dos 100 mil euros e que fosse progressivo daí para cima.