Política

Louçã é contra a inscrição do limite da dívida pública

Na reentré política, em Santa Maria da Feira, o líder do Bloco de Esquerda disse estar contra a proposta de Sarkozy e de Merkel para todos os países da zona euro e defende ainda imposto sobre grandes fortunas.

No comício que marcou a reentré do partido, Francisco Louçã não esqueceu as bandeiras erguidas na última campanha eleitoral e reclamou para si a razão na defesa da renegociação da dívida, nas críticas às privatizações e na criação de um imposto para os mais ricos.

Sobre os primeiros meses de funções do actual executivo, Louçã disse que representam um mau exemplo de redução da despesa, a começar pela região da Madeira.

«Em um ano e meio, Alberto João Jardim espatifou, em desvio orçamental, quase o dobro do que o seu governo no Estado vai exigir aos subsídios de Natal de quatro milhões de portugueses. Espatifou! Chamam a isto talvez um exemplo», acusou Louçã.

E acrescenta: «É claro que, diz-nos Alberto João Jardim, não há problema nenhum, Passos Coelho e Paulo Portas no Governo já prometeram pagar isto e mais ainda, não se sabe quanto, para as necessidades de liquidez das operações do Governo» que tem eleições em Outubro.

A fechar um convívio de militantes no parque da cidade de Lourosa, no concelho de Santa Maria da Feira, o líder do Bloco deixou duras críticas a um homem da terra, por ter sido contra a criação de um imposto para os mais ricos. « [Américo] Amorim, o homem mais rico de todos em Portugal, foi logo o primeiro a dizer "não pago!"» sublinhou Louçã, defendendo que o empresário feirense devia «aceitar pagar o mínimo de imposto que se exige a todos».

O líder do Bloco de Esquerda defendeu ainda a realização de «um inquérito judicial» sobre a alegada espionagem a um jornalista pelos serviços secretos, noticiada pelo jornal Expresso.

Francisco Louçã disse que «o Governo, a fazer algum inquérito, mantê-lo-á em segredo e será inconsequente» e por isso «só a Procuradoria-Geral da República está em condições de desenvolver um inquérito para se saber se foi ou não desenvolvida alguma actividade criminosa, como indica a notícia, pela direcção dos serviços secretos».