A empresa do sector da distribuição alimentar, com mais de três décadas, sedeada em Odivelas, fechou portas e deixou cerca de 400 trabalhadores no desemprego.
A Manuel Nunes & Fernandes II, Lda. contava a nível nacional com oito armazéns grossistas, 'cash & carry', localizados em Lisboa, Odivelas, Cacém, Corroios, Montijo, Santo André, Coimbra e Fundão.
A empresa justifica a decisão de encerramento com, entre outras razões, «o aprofundamento da crise económica e uma fortíssima pressão concorrencial», que levou a «uma actividade diminuta que não gerava os fundos necessários para a empresa fazer face a todos os seus compromissos financeiros».
Em comunicado, adianta que «é com um grande sentimento de tristeza, mas também de responsabilidade, que a empresa se encontra neste momento a aguardar a declaração de insolvência pelo Tribunal e a nomeação do respectivo administrador de insolvência».
Segundo o documento, a administração tem como principal objectivo «colaborar activamente com o administrador de insolvência na realização do plano de recuperação», que a própria empresa tentou levar a cabo nos últimos meses, mas sem sucesso.
Contactado hoje pela agência Lusa, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP), Manuel Guerreiro, confirma que vão para o desemprego cerca de 400 trabalhadores, a quem foi entregue um comunicado no último dia de trabalho.
No documento, a administração explica que «apenas conseguiu pagar 60 por cento do vencimento do mês de Agosto» e adianta que «não é previsível que consiga pagar o restante nos próximos 15 dias».
Dada a situação da empresa, a administração afirma que «optou pelo encerramento de todos os estabelecimentos no final da tarde do dia 31 de Agosto».
Para o presidente do CESP, todo o processo está envolto em «ilegalidades e violações da lei», já que «não foram respeitados os prazos legais nem salvaguardados os direitos dos trabalhadores», dizendo ainda que, até ao momento, «não há registo de qualquer requerimento de insolvência contra a Manuel Nunes & Fernandes II».
Manuel Guerreiro avança que o CESP vai «exigir à Inspecção-geral do Trabalho, Procurador-geral da República e Governo que investiguem e façam cumprir as leis para que sejam respeitados os direitos dos trabalhadores».