O ministro das Finanças disse que nos próximos dois anos, e depois de um 2012 de sacrifícios, o país vai mostrar resultados e os mercados vão confiar nesses valores.
«Teremos condições para ter acesso normal ao mercado em 2013 porque 2012 é um ano de viragem do programa», disse o tutelar das Finanças, numa entrevista ao canal de televisão SIC.
Em 2012, as medidas de austeridade vão levar euros para o Tesouro a um ritmo maior do que o exigido pela troika, sustenta Vítor Gastar, porque, explica o ministro, no papel as medidas são mais eficazes que no mundo real.
«As medidas que estão previstas no programa de ajustamento económico e financeiro não têm necessariamente a execução do efeito previsto. Em alguns casos têm um efeito menor».
O ministro das Finanças afirmou ainda que não haverá um novo pacote de austeridade, contudo, não é a pensar nesse cenário que decidiu ir mais longe do que ordenou o Fundo Monetário Europeu, o Banco Central Europeu e a Comissão Europeia.
«Seria inaceitável pedir sacrifícios aos portugueses por razões de prudência», admite.
Quanto a um futuro aumento do IVA, por via da reestruturação das taxas, Vítor Gaspar lembrou que já está previsto no programa de assistência financeira.
«Está previsto no programa que haverá aumentos das receitas por esse motivo. Os documentos [sobre essa matéria] estão no domínio público desde Maio de 2011», sustenta.
O ministro das Finanças explicou que a opção de tratar de forma diferente o IRS e os rendimentos de capital e de empresa ficou a dever-se à simplicidade da alteração do imposto sobre o rendimento do trabalho.
«Não me parece que seja avisado alterar o sistema fiscal por razões relacionadas com as medidas de recurso que têm de ser tomadas sobre a pressão do tempo», conclui.