O INE confirmou hoje a estagnação da economia portuguesa no 2º trimestre, face ao anterior, explicando que o contributo da procura interna foi mais negativo mas compensado pelas exportações.
De acordo com as contas nacionais trimestrais hoje publicadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o Produto Interno Bruto (PIB) terá contraído 0,9 por cento no segundo trimestre, quando comparado com igual período de 2010, enquanto a variação para os primeiros três meses do ano dá um saldo nulo.
O resultado em comparação com os primeiros três meses do ano, do qual resultou o saldo nulo, explica-se com as «contribuições simétricas da procura interna (negativa) e da procura externa líquida», neste caso positivo, explica o INE.
A procura interna caiu 1,3 por cento face aos primeiros três meses do ano, com destaque para uma redução bastante vincada da componente do investimento, enquanto a procura externa líquida teve um contributo positivo que compensou esta queda, com um contributo igual para a variação em cadeia do PIB, na ordem dos 1,4 por cento.
Os valores positivos da procura externa líquida reflectem um aumento das exportações de 4 por cento face ao trimestre anterior, e ainda uma diminuição de 0,2 por cento nas importações.
O mesmo movimento verifica-se quando a comparação é feita com o segundo trimestre de 2010, mas com uma queda mais acentuada no contributo da procura interna, tendo incluídas diminuições acentuadas do investimento como do consumo das famílias, incluindo-se o factor positivo da balança comercial, com uma diminuição acentuada nas importações e as exportações a manterem o ritmo de crescimento.
A informação hoje divulgada não altera as previsões do segundo trimestre realizadas para a economia nacional, incluído para o Eurostat, mas revêm de forma positiva os valores dos trimestres anteriores, tanto em termos homólogos como em cadeia, devido à incorporação de informação mais recente sobre o consumo público.
Assim, a contracção em termos homólogos registada no primeiro trimestre deste ano (ou seja, face ao primeiro trimestre de 2010) é de 0,5 por cento, ao contrário dos 0,6 por cento antes estimados, e o crescimento no último trimestre de 2010, face ao último trimestre de 2009, é de 1,1 por cento, quando o INE estimava anteriormente em um por cento.
Em cadeia (face ao trimestre anterior), o comportamento estimado do PIB no quarto trimestre de 2009 apontava para uma contracção de -0,6 por cento, e agora o INE revê este valor para -0,5 por cento.